vida
o dia chegou puro.
os olhares falavam num silêncio
onde as palavras tinham todas um nome
e a eternidade se fechava sobre um corpo
parado nas águas, entre os espaços
para assistirem ao nascimento das árvores
o grito do verão ressoava entre formas mudas,
delicadas, impregnadas de delírios imaginários.
alguém parte o silêncio e o transforma
em sons vergados, sensíveis às palavras vivas,
atrás fica uma vida, remexida desalmadamente
numa leveza, estrangulada entre dedos
olhares bailam enfeitiçados sobre as áscuas…
murmuram ao longe, frases ríspidas e frias
o vento arrasta soprando as vozes em pedaços,
agarrando a vida, que deseja invencível
lento, leve e moroso deixa respirar o dia.
mergulha na alegria suplicante da voz
onde ardem, na alma, chamas de desejo
assumido num jogo de amor único
escapa-se o pensamento, afunda-se
dentro da paixão voraz,
espelhada no sorriso dum peito aberto
o fio liga a veia, no abraço da morte
triunfante, a festa tornou-se imortal,
sufoca de júbilo,
entre palavras que passam a correr
o momento, amadurece na terra
cativo do nome que persegue…
helena maltez
3 comentários:
Obrigada pelas palavras deixadas no meu "Ortografia". Passarei aqui outras vezes.
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Obrigada pela visita no meu cantinho.
Um bom fim de semana
Beijinhos
Lena
um poema que clama vida
belo, muito belo.
beijinhos
:)
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